11.11.2009

Uniban ou Taliban?


O escarcéu feito em torno do caso da aluna da Uniban foi merecido. Aliás, me surpreendi quando vi tantas entidades se manifestando favoráveis à estudante e contrárias à faculdade, por expulsá-la da instituição. Em um país machista que prega moralidade demais, principalmente em relação ao comportamento de mulheres, as declarações da OAB, da UNE e do MEC são, no mínimo, um avanço e uma prova de que o poder público e demais instituições estão preocupadas com os direitos humanos. Se as 700 pessoas envolvidas no caso merecem repúdio pelas ameaças de estupro, cárcere privado e ofensas à aluna que foi à faculdade com um vestido curto, a universidade merece mais repúdio ainda. Uma porque não imaginava a proporção que o caso teria (já que foi noticiado nos principais veículos de comunicação do mundo), outra porque voltou atrás da expulsão da aluna justamente porque o assunto se tornou grandioso demais. A universidade justificou todo o desrespeito e ameaças em uma "reação coletiva de defesa do ambiente escolar". Mesmo após voltar atrás da decisão, a universidade ainda afirma que a aluna teve atitudes provocativas no modo de se expressar. E mesmo se tivesse. Como pode ser chamada de universidade uma instituição que pune a vítima para respaldar a brutalidade destas 700 pessoas? O zelo pedagógico da Uniban, que não se retratou por suas declarações, é sinônimo da satisfação da vontade fascista da maioria para preservar os próprios negócios. Afinal, eles querem pagantes, não cidadãos.

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