11.17.2009

Caio


Na 6ª edição da “Revista Tina”, voltada para o público adolescente, um personagem chamou a atenção dos leitores: Caio, tido em uma das histórias como o melhor amigo de Tina. Aparentemente, é o primeiro personagem gay de Mauricio de Sousa. Na história, ele afirma ser comprometido e aponta para outro rapaz. Tudo de uma maneira muito sutil, que pode deixar o leitor em dúvida. Sendo Caio gay ou não, sempre me admirou o respeito e a humanidade que Mauricio de Sousa lida com seus personagens e a forma que ele inclui cadeirantes, índios, pessoas portadoras de síndrome de Down, negros, entre outros, em seus quadrinhos. Neste ano, fiz duas entrevistas com o desenhista, uma por telefone, outra pessoalmente. Em uma delas, quando perguntei se um dos objetivos da Turma da Mônica era fazer inclusão de pessoas discriminadas dentro das historinhas, ele me disse que “queremos entrar cada vez mais nesta proposta de inclusão, que é natural para as crianças. As crianças não fazem distinção, geralmente é o adulto que é preconceituoso e acaba influenciando-a a adquirir estes valores. Queremos cada vez mais incluir essas vítimas de preconceito dentro das historinhas. Não que a história vá tratar o fato em si, mas vamos incluir os personagens no meio da história, como qualquer outro, para que seja um processo natural, sem forçar nada. Essa é a nossa proposta e tem gerado bons resultados”. A criação de um personagem homossexual para compor a Turma da Mônica é louvável no país considerado o mais homofóbico do mundo. Vale lembrar que Mauricio de Sousa é considerado o maior formador de leitores do país, já que muitas crianças se alfabetizam pelas suas histórias. Que mais leitores, em formação crítica, se deixem levar e se acostumar com novas abordagens e consigam abandonar os vícios do século XIX.

2 comentários:

  1. Não sabia que já tinha entrevistado o Maurício.
    Vida longa ao blog.
    Gostei muito.
    Abs

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  2. Que bom que você está gostando. O Mauricio de Sousa é muito simpático. Autografou mais de 300 revistinhas quando foi ao Colégio dar uma palestra. Até brinquei com ele e disse que ele deveria ter um carimbo.

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